TAQUARY
Taquary, hoje território de
pertencimento, ontem, inimaginável, distante, um não lugar, que fecundava no
imaginável, dúvidas, mistérios e fantasias. Cresci absorvendo este fardo.
Algumas destas questões, ainda não foram desencantadas, mas releituras são
possíveis para trazer à tona aspectos de um processo civilizatório que no
decorrer do século XVIII e XIX, floresceu à margem esquerda do Rio Santa
Bárbara, mas que no século XX, passou por um processo de decadência, que
culminou-se nos anos 50.
Nenhum
vestígio físico restou da paisagem cultural específicas aos primórdios da
ocupação deste território e nenhum registro iconográfico ainda não foi
localizado, se é que existam alguns.
Pela
tradição oral preserva-se um pequeno espaço sagrado, que se denomina Cemitério
dos Bandeirantes, mas que já se encontra desativado há décadas. Aparentemente
este espaço sagrado não traz nenhum distintivo material de que essa área
tivesse no passado esta função, a não ser que estes vestígios sejam revelados
através de escavação arqueológica.
Do
referido passado desta localidade, só nos restou uma herança imaterial
fragmentada, mas que dá suporte à nossa identidade e fermenta a nossa
afetividade.
As
minhas lembranças que vão se aflorando, somadas às outras lembranças e às
revelações surgidas das buscas em diversos arquivos vão enredando fatos.
Hoje vou
perlustrando o contexto deste território, perscrutando-o numa perspectiva de
pertencimento e perenidade.
Neste trâmite
vou dialogando com este passado e inserindo-o às colônias de seus afetos e aos
demais que queiram interagir com esta despretenciosa performance histórica.
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