segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Taquary


TAQUARY

         Taquary, hoje território de pertencimento, ontem, inimaginável, distante, um não lugar, que fecundava no imaginável, dúvidas, mistérios e fantasias. Cresci absorvendo este fardo. Algumas destas questões, ainda não foram desencantadas, mas releituras são possíveis para trazer à tona aspectos de um processo civilizatório que no decorrer do século XVIII e XIX, floresceu à margem esquerda do Rio Santa Bárbara, mas que no século XX, passou por um processo de decadência, que culminou-se nos anos 50.
            Nenhum vestígio físico restou da paisagem cultural específicas aos primórdios da ocupação deste território e nenhum registro iconográfico ainda não foi localizado, se é que existam alguns.
            Pela tradição oral preserva-se um pequeno espaço sagrado, que se denomina Cemitério dos Bandeirantes, mas que já se encontra desativado há décadas. Aparentemente este espaço sagrado não traz nenhum distintivo material de que essa área tivesse no passado esta função, a não ser que estes vestígios sejam revelados através de escavação arqueológica.
            Do referido passado desta localidade, só nos restou uma herança imaterial fragmentada, mas que dá suporte à nossa identidade e fermenta a nossa afetividade.
            As minhas lembranças que vão se aflorando, somadas às outras lembranças e às revelações surgidas das buscas em diversos arquivos vão enredando fatos.
Hoje vou perlustrando o contexto deste território, perscrutando-o numa perspectiva de pertencimento e perenidade.
Neste trâmite vou dialogando com este passado e inserindo-o às colônias de seus afetos e aos demais que queiram interagir com esta despretenciosa performance histórica.

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